05/10/2010

EMEL dá os parabéns a quem paga e f*de o carro de quem não o faz

A Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL, ou para a maioria dos automobilistas que circulam na capital, "aqueles filhos da p*ta de verde") protagonizou uma iniciativa insólita que consistia em "parabenizar" os condutores que estacionassem e pagassem a ocupação do lugar no parquímetro. De cada vez que um utente se deslocasse à máquina para colocar as moedas, apareciam uma fanfarra, meia dúzia de ‘cheerleaders’, figurantes a agitar bandeiras e um operador de câmara para felicitar o condutor pelo gesto. Segundo os responsáveis da EMEL, esta medida pretende criar uma relação de "empatia e afecto" com as pessoas de modo a "inverter a antipatia de alguns lisboetas". Contudo, Informação ao Contrário (IaC) sabe que esta iniciativa não se ficou por aqui. Existia o reverso da medalha, para quem não pagava pelo estacionamento. Nestes casos, em vez daquela "comitiva" para dar os parabéns, entrava em acção, Carlos Jorge "Cajó" Ferreira.

Exemplo do trabalho de Cajó, "contratado" 
pela EMEL para relembrar os condutores
para a necessidade de pagar o estacionamento.
"Cajó", 26 anos, ex-apanhador de fruta, toxicodependente cujas acções furtivas IaC testemunhou. Acercava-se das viaturas de quem não pagava, riscava-as e furava os pneus das mesmas. Confrontado com os seus actos, Cajó admitiu que estava "a mando dos senhores da EMEL" e que a troco de "uma sopa, uma sandes de fiambre e €0.50 por carro riscado" controlava quem não pagava o estacionamento. Segundo apurámos, esta "acção de propaganda" será para manter, ao contrário da comitiva de "parabéns" que durou apenas um dia. Fonte interna da EMEL confidenciou, "o drogado fica-nos mais barato e é mais eficaz".


Iniciativa inspira outras entidades.

Apesar da eficácia dúbia desta acção da EMEL, outros organismos ponderam seguir-lhe o exemplo. Assim, IaC sabe que nas repartições das Finanças de todo o país vão ser instalados sacos para a prática de boxe para que os utentes descarreguem nos mesmos. Outra medida é a oferta de loiça da Vista Alegre para partir. "O utente pode assim optar entre partir um conjunto de jantar da Vista Alegre, tudo loiça de qualidade, ou então dar uns murros no saco", informa um responsável das Finanças. Já na Unidade Nacional de Trânsito (a extinta Brigada de Trânsito), as viaturas vão ser equipadas com sistemas de karaoke. "Depois de serem autuadas as pessoas tendem a ficar mais nervosas e mais tristes, assim apostámos no karaoke para que não fiquem tristonhas", revela o Major Abílio Esteves daquela força da autoridade. A medida parece condenada ao sucesso atendendo ao facto de "o sistema ainda está em fase de testes, mas os nossos agentes estão a gostar. Eles próprios passam mais tempo a cantar que os condutores autuados. Já descobrimos ali boas vozes", confidencia o responsável. A BRISA também vai adoptar uma medida com a mesma filosofia. Dentro em pouco, os portageiros da Ponte 25 de Abril vão começar a entregar aos condutores, no momento em que estes pagam a portagem, comprimidos calmantes para que estes enfrentem de outra maneira o trânsito caótico de Lisboa.

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